Contrata-se um treinador

Géro Bonini/Diário da Serra

Até a próxima semana a Associação Botucatuense de Desporto (ABD), que montará o novo time de futebol feminino de Botucatu, estará legalmente constituída.

Enquanto parte da diretoria corre para regularizar a parte jurídica, outra ala negocia com patrocinadores e se preocupa com a formação da comissão técnica.

Nos últimos dias, três nomes surgiram com força para comandar o futuro time feminino de Botucatu: a ex-jogadora do BFC (Botucatu Futebol Clube) e Seleção Brasileira Mônica Angélica de Paula e os treinadores Élcio Frison e Dito Manivela.

Leandro Fadel, que assumirá o cargo de presidente da Associação Botucatuense de Desporto (ABD), confirmou que os três nomes foram discutidos entre as pessoas que formarão a diretoria da nova associação, mas que existem outros nomes e que uma definição quanto ao treinador deve acontecer nos próximos dias. “Realmente esses nomes me foram passados, assim como outros, mas não posso adiantar nada, porque não tem nada acertado. Amanhã (sexta-feira) já podemos ter uma decisão”, destaca.

Fadel confirmou que Mônica, 32 anos, era realmente a primeira opção da diretoria. Era ela a pessoa com bom relacionamento na CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e experiente no futebol feminino com quem eles negociavam, mas o acerto não aconteceu e foi descartada. “Da Mônica posso falar, pois é uma confirmação negativa. Era nossa primeira opção, mas não deu certo. Ela está em São Carlos (cidade natal da jogadora), prestando alguns concursos e não pode aceitar. Tínhamos muitas esperanças que desse certo com ela, agora iremos ao plano B”, explica o presidente da ABD.

Com Mônica fora do páreo e sem a confirmação da diretoria em relação aos outros nomes, o Diário entrou em contato com Dito Manivela e Élcio Frison. Os dois, que nunca trabalharam com futebol feminino, demonstraram surpresa quanto à possibilidade do convite.

Dito Manivela, 59 anos, ex-goleiro de Botucatu na década de 70, que trabalha há mais de 20 anos como treinador, principalmente envolvido na revelação de garotos e trabalhos sociais, é atualmente professor das escolinhas da Associação Atlética Ferroviária.

Em contato com a reportagem, Manivela afirmou que ainda não foi procurado por ninguém da ABD. “Sinceramente, não estou sabendo de nada. Fico surpreso com o que você está me falando, mas feliz por ter meu nome lembrado”, disse o treinador, que completou. “Estou empregado, trabalho todos os dias com as escolinhas da Ferroviária, mas é claro que podemos conversar e ouvir o projeto deste time. Agora que o jornal me deu essa informação, posso ir amadurecendo essa ideia”, revela.

Já Carlos Élcio Frison, 39 anos, conhecido apenas pelo sobrenome, trabalha há 14 anos como treinador de futebol. No início da carreira foi técnico das categorias de base da Sãomanuelense, mas obteve destaque, até no cenário nacional, ao comandar, por 10 anos, o projeto de futebol social Daniel Futebol Clube, do cantor Daniel. A equipe foi extinta ao final do ano passado, com o rompimento do cantor e a produtora HRP.

Atualmente, Frison está envolvido em outro trabalho. Ao lado de um amigo, está comandando um projeto em Lençóis Paulista, o Centro de Treinamento do “Calzinho”, a equipe dente de leite do Clube Atlético Lençoense, para a revelação de novos talentos.

Com diversos cursos, entre eles do Sindicato dos Treinadores do Brasil, Frison fez estágio com técnicos renomados: Vanderlei Luxemburgo, Estevam Soares, Paulo Comelli, Vadão e Renê Simões.

De acordo com o ex-treinador do Daniel FC, o futebol feminino ainda não faz parte do seu currículo, mas isso não impede uma conversa com os botucatuenses. “Não fui procurado por ninguém, mas será uma honra ser convidado. Tenho muito respeito por Botucatu e o futebol feminino na Cidade. Caso surja o convite, será importante avaliar o projeto antes de qualquer decisão”, garante Frison.

Questionado sobre os dois nomes, Dito Manivela e Élcio Frison, o futuro presidente da Associação Botucatuense de Desporto, Leandro Fadel, não deu pistas, mas fez elogios. “Como já disse, não há nada certo ainda. São dois bons nomes, que têm ligações com Botucatu e com o futebol. Isso é importante”, esquiva.