sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Futebol Feminino: ainda sem definições

Géro Bonini/Diário da Serra

“O futebol feminino em Botucatu é uma coisa e o Botucatu Futebol Clube (BFC) é completamente outra”. Foi desta maneira, e querendo deixar isso bem claro, que o prefeito João Cury abriu a reunião, para discutir a modalidade na Cidade, realizada no final da tarde de ontem, no auditório Cyro Pires, na Prefeitura.

Contando com a presença do secretário Municipal de Esportes, professor Antônio Carlos Pereira, e outras pessoas ligadas ao futebol feminino, a reunião apresentou à imprensa uma proposta para a criação de uma nova equipe de futebol feminino, que possa continuar disputando competições em alto nível, como fazia o BFC, que está impossibilitado pelo Tribunal de Contas do Estado de receber repasse público por irregularidades em suas prestações de contas de 2007 e está afundado em dívidas.

Na ideia, exposta pelo secretário de Esportes, para se montar um bom time, é preciso arrecadar R$ 533 mil por ano. Desse valor, 30% (R$ 150 mil) seria responsabilidade da Prefeitura, 20% (R$ 120 mil) seria investido por uma empresa do ramo de alimentação (bancando café da manhã, almoço e jantar às jogadora).

Uma faculdade, no caso a Unifac, daria quatro bolsas de estudos (totalizando R$ 15 mil) e o restante, R$ 248 mil (45%), seria investido por empresas locais, que teriam que registrar jogadoras e a comissão técnica deste novo time, que se utilizaria do nome e estrutura de algum clube da Cidade.

A ideia das empresas registrarem as jogadoras e se tornarem responsáveis por elas foi rechaçada na reunião, pois segundo os participantes, nenhum empresário concordaria em criar este vínculo empregatício com as jogadoras.

Entre tantas propostas e muitas discussões, duas soluções foram dadas. A primeira, pessimista e até antiesportiva, aponta para o fim de uma equipe competitiva na Cidade, prezando apenas o amadorismo e equipes de base, igualando o futebol feminino, hoje, esporte de maior visibilidade e competição de Botucatu, que leva o nome da cidade por todo o País, com as outras modalidades que não atingiram tanta expressão, montando uma equipe feminina apenas para participar dos Jogos Regionais, sem chances de resultados positivos.

Já a segunda proposta, que de início será colocada em prática, é convencer um clube estruturado da Cidade, de momento a Associação Atlética Ferroviária (AAF), assumir o futebol feminino em Botucatu, recebendo ainda os recursos da Prefeitura e o dinheiro dos patrocinadores, mas ficando ao seu cargo registrar jogadoras e montar comissão técnica, assim como é feito na grande maioria das equipes de futebol.

O secretário de Esportes, professor Pereira, agendará uma reunião nos próximos dias com o presidente da AAF, João Chavari, para apresentar a ideia e saber qual rumo será dado à modalidade em Botucatu.

O futebol feminino continuará em Botucatu, como está sendo afirmado por todos, só não se sabe em que condições e nível.

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